sábado, 6 de março de 2010

O que estamos fazendo do que fizeram com a gente?

Desde pequena aprendi o sentido da palavra responsabilidade e cresci assim, responsável demais, me cobrando muito e sentindo a obrigação de resolver tudo a minha volta. Hoje sei o quanto isso me fez mal! Eu ainda estou aprendendo que cada um faz as suas escolhas. E deve supostamente arcar com as conseqüências destas escolhas.

Se você decidiu alimentar algum vício durante sua vida, fez isso sabendo que lhe trará problemas de saúde. Se decidiu não estudar, sinto lhe informar que dificilmente terá um futuro profissional promissor. Se optou por não ter filhos, uma hora pode ser muito tarde... E assim por diante.

Eu gostaria de ter decidido coisas diferentes para as pessoas que amo, mas não pude. Tive a possibilidade de fazer muita coisa diferente em minha vida e também não fiz. Então quem somos nós para julgarmos o outro? Quem somos nós para absorver as consequências de um erro que não foi nosso? Afinal, quem somos nós???

Assim vamos caminhando, caindo e levantando, errando feio e acertando. O que não podemos é vivenciar a conseqüência da “merda” alheia como se fosse nossa. Isso não significa ser indiferente ao outro, mas sim pegar apenas a parcela que nos cabe.

Generosidade, empatia, cuidado e amor são sentimentos nobres que devem sim ser colocados em pratica sempre QUE POSSÍVEL. Sabemos dos nossos limites e não há necessidade de nos penitenciarmos pelo que não fizemos. Simples assim.

Um comentário:

  1. Nossa história, a história de cada um... desde antes da gestação, o que significamos para aqueles que nos receberam quando nascemos e como nos fizeram ver o mundo, como fomos inseridos nas relações, principalmente o que nos disseram sobre a vida e sobre nós mesmos. Acredito que não existe auto-conhecimento sem que se faça um mergulho em sua própria história. Aprender a separar o que é nosso e nos reconhecermos como seres separados, seres únicos. Acredito que é tarefa pra vida toda! Percebo que são muitas as razões que nos fazem viver a vida e as relações, com a responsabilidade que você diz no seu texto. A responsabilidade que nos coloca como seres distantes cada vez mais de nós mesmos e até de quem tanto amamos e desejamos cuidar. Isso porque não se pode escolher ou resolver pelo outro, não se pode tirar ou evitar a dor no outro, não se pode mudar ou ensinar a viver, mas se pode ajudar. “Generosidade, empatia, cuidado e amor...” São tantas as possibilidades de se fazer bem a quem se ama, sem que para isso, seja preciso nos agredir ou permitir que nos agridam. Estar perto quando necessário; saber ouvir e respeitar as escolhas do outro; aceitar que ninguém nasce pronto e por isso, os erros fazem parte do aprendizado da vida; e ainda, deixar que as escolhas do outro sejam do outro, é um bem que se faz para ambos nesta relação. Para isso, precisamos lidar com muitos sentimentos... nossos e de quem amamos, não é fácil quando o desejo maior é o de resolver tudo. Mas tudo isso faz parte do aprendizado de saber se relacionar com o mundo e pessoas, mas principalmente consigo mesmo. Bjos, Stella.

    ResponderExcluir

Manda ver no comentário e obrigada pela visita!