segunda-feira, 26 de abril de 2010

Para o cara que me ensinou a gostar de Los Hermanos


A vida nos trás e leva de nós tantas coisas... pessoas, lugares, momentos, sentimentos, oportunidades. Há situações em que não temos o poder de decisão, e outras em que optamos por nos afastar... isso ocorre na maioria das vezes quando a proximidade causa dor... lidar com ela é mais difícil do que um dia supus.


A própria vida nos ensina que jogar a sujeira pra baixo do tapete não resolve... os anos passam e o que não foi resolvido continua sem solução, até que num dia qualquer você para e pensa... pensa e lembra... lembra e se arrepende... poderia ter feito diferente, poderia ter dado aquele sorriso ou aquele abraço... poderia ter escutado... poderia ter xingado... poderia ter colocado pra fora... mas preferiu o silêncio.

Certa vez li num livro chamado “Para Francisco” que os fatos se modificam conforme nos distanciamos deles... concordo! Afastar-nos... correr... fugir... fingir... negar! Transferir para o outro uma culpa que nem era dele, mas foi mais fácil assim.
Eu não podia, nem queria ver quem realmente era culpado, se é que existiu culpa... se é que existiu algo...

Eu sei de mim e de você... sei da nossa amizade... sei do nosso zelo, do nosso carinho... sei da nossa história, dos anos sentados lado a lado, das bagunças quando jogava São Paulo e Corinthians, sei do seu "defeito físico"(rs), do nosso desprendimento, das nossas gargalhadas nos jogos da verdade na mesa do bar... sei sim, mas sei também que tudo perdeu-se num labirinto de mágoas... desencontros... rancor... fuga... desculpe-me, mas fugir foi o melhor caminho! Ok, hoje sei que não foi tão melhor assim, mas foi o que consegui fazer.

Hoje estou aqui... estou sabendo que você escolheu caminhos diferentes dos que conversávamos horas a fio... não sei se amadureceu... creio que não... deve continuar aquele meninão inteligente de sorriso fácil... pena que sua inteligência não ajudou em suas escolhas.
Não acredito que um dia irá ler tudo isso... e se ler nem sei se vai se identificar... não me lembro se um dia te disse que você era importante... se não fiz, digo agora.

Seis anos se passaram para que eu pudesse escrever este texto... mas finalmente consegui! E quero te pedir desculpas por não ter conseguido fazer diferente... desejo que ao menos esteja feliz, e torço para que acerte seus passos.

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