quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Fábula do escorpião e do sapo...

 
O escorpião aproximou-se  do sapo que estava a beira do rio. Como não sabia nadar, pediu uma carona para chegar à outra margem.
 
Desconfiado, o sapo respondeu: "Ora, escorpião, só se eu fosse tolo demais! Você é traiçoeiro, vai me picar, soltar seu veneno e eu vou morrer."
 
Mesmo assim o escorpião insistiu, com o argumento lógico de que se picasse o sapo ambos morreriam. Com promessas de que poderia ficar tranquilo, o sapo cedeu, acomodou o escorpião em suas costas e começou a nadar.
 
Ao fim da travessia, o escorpião cravou o seu ferrão mortal no sapo e saltou ileso em terra firme.
 
Atingido pelo veneno e já começando a afundar, o sapo desesperado quis saber o porquê de tamanha crueldade. E o escorpião respondeu friamente:
 
- Porque essa é a minha natureza!
 
(Trecho retirado do livro: "Mentes perigosas.") 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ensaio sobre Ela


 
Eu nem vi
quando você espetou
sua casa aqui
quando você espalhou
seu suor em mim
ameno
e mesmo assim
Eu nem vi
quando você acordou
as cortinas
descobriu meu quintal
Não se esqueça
por enquanto
de esquecer alguma coisa
pela casa
e vir buscar do nada
Nem vi você chegar
Foi como ser feliz de novo
Nem vi você chegar
Foi como ser feliz
Ainda faz um tempo bom
Pra desperdiçar comigo
Podemos enfeitar domingos
Nem vi você chegar
Foi como ser feliz de novo
Nem vi você chegar
foi bom te ver sair de novo

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Flores de plástico...

Coração não é presente para ser entregue com laço de fita... ele deve ficar no peito de seu dono e jamais sair de lá.

Coração que sai por ai, pode se perder, pode ficar faminto de amor, com sede de cuidado, pular, pulsar na frente de alguém e sequer ser notado.

Pra quê entregar o coração se ele não tem manual de instruções? Se não houver cuidado, ele pode se quebrar e nunca mais ser o mesmo.

Pra quê entregar o coração, se o lugar dele é dentro do peito e não nas mãos de alguém? No menor deslize pode cair no chão, aí já era!

Infelizmente eu perdi o meu em alguma esquina depois de algumas promessas, meu corpo sem ele é apenas uma parte, não tenho forças  para resgatá-lo, nem sei se o quero de volta… acho melhor que fique longe de mim, assim não causará novas dores.

Pedi inúmeras vezes para que tomasse tento com meu coração, mas não tomou.

As flores lindas que me prometeu eram de plástico (elas não morrem por não estarem vivas), o cuidado superficial e a entrega, tudo uma grande mentira.

Cabe a mim deixar cicatrizar a ferida... vai demorar, mas vou conseguir voltar a sorrir. Sorrir inclusive com os olhos e retomar o que resta da minha vida.

Escrito ao som de Maria Gadú - Altar Particular

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Fica a dica...

As vezes é necessário chorar para remover todas as impurezas que os maus sentimentos instalam em nossa alma.
O outro não tem como adivinhar o que se passa dentro de você, por isso fale, não guarde nada, diga do que se arrepende, fale do que sente orgulho e principalmente, verbalize tudo que for importante.
Dedique ao outro o mesmo respeito que espera receber, sorria com os olhos e abra seu coração.
Não adianta reclamar! Sem passar por cima de ninguém, faça o que for necessário para mudar a situação.
Pra que reservas se amanhã podemos morrer? Pra que guardar se dividir é tão mais gostoso e torna tudo mais fácil?
Chore no ombro de alguém importante pra você, ria com ele também... faça o bem, traga paz, motive sorrisos, seja leve.
Pegue o violão numa tarde qualquer e toque uma música, se não souber tocar apenas cante.
Entregue flores, distribua abraços, presenteie com beijos,  procure entender antes de julgar... tenha fé, olhe nos olhos, aprenda a escutar,  mostre sua alma e seus medos, seja gentil.
Assuma que toda ajuda é bem vinda, pois ninguém consegue nada sozinho... quando falo de ajuda, estou falando de colo, de cumplicidade, de cafuné, mãos dadas e sonhos divididos.
Afinal, não há nada nesse mundo capaz de fazer tão bem quanto o amor, o respeito e a gratidão.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

"Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro se tornar cinzas?" 
(Nietzsche)

Virando a página...

Para provar que é amor é necessário doer tanto? É necessário olhos inchados, dor de cabeça e a vontade de nunca mais levantar da cama?
Posso estar errada, mas em minha opinião, é necessário simplesmente amar... precisa ser leve, os corpos são capazes de conversar horas a fio com a sensação de ter passado apenas um minuto, os risos são cúmplices e constantes, sem contar a saudade... Ahhhh a saudade! Essa aparece mesmo na hora que ele(a) entra no banho.
Desde bem pequena aprendi que erros tem consequências, aprendi que saber pedir perdão é importante, reconhecer o erro é primordial, fazer diferente é uma virtude, mas que saber perdoar é para poucos.
Problemas existem para serem resolvidos, não é verdade? Mas para que  isso aconteça, é necessário querer  resolver.
Na minha ideia infantil de felizes para sempre, eu apostava numa vida a dois com obstáculos, mas sem tanta dor. Hoje descobri que a vida real não é um conto de fadas, está mais para um filme de Almodóvar... a vida real faz sangrar sem ninguém para estancar, faz doer e não há analgésico capaz de tirar essa dor.
Tenho aprendido muito nesses dois anos que se passaram... Shakespeare tinha razão quando disse que “não posso exigir o amor de ninguém... Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim... E ter paciência para que a vida faça o resto... “
Hoje descobri  que Raul Seixas também estava certo ao dizer que “ninguém neste mundo é feliz tendo amado uma vez...” não precisava ser assim, mas infelizmente é.
Depois dos devaneios e lamentações, finalmente é hora de virar a página e começar a reescrever uma nova história... hora de viver um novo amor, encontrar novos significados, novas sensações, hora de ser feliz!
Começo a minha nova página com uma citação de Fernando Pessoa e o resto é comigo. ;-)
"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!"

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Cores que me cercam...

Me perdi em meio a tudo que pensei ser meu... me perdi entre tantas vontades, pensamentos, preocupações, palavras, almas e corações.
Me esqueci  pra depois, um depois que não chegou e tudo que eu fiz, tudo que eu disse,  foi usado contra mim.
Não sou santa é verdade, mas se amo deixo claro que amo... claro pra quem? Pra mim? Pra Deus, que consegue ler meus pensamentos? Claro para meu coração, que é fiel aos meus sentimentos, mesmo que estejam em plena mutação.
Casa fechada, peito estourado, olhos molhados, pernas travadas, corpo querendo deitar.
As cores perderam o sentido, o que antes era para alegrar, hoje serve para esconder uma vida cinza e sem graça... “olhem como tenho em mim todas as [d]cores do  mundo!”  “olhem minha linda casa, [d]colorida e com as janelas fechadas, porém branquinhas!”
Os fatos se modificam a partir do momento que nos afastamos deles... aí meu amigo, a chance de acertar pode ter passado, pode ser tarde... o tempo não cura tudo.
A necessidade de provar ao outro sua importância,  me fez esquecer de que eu preciso ser mais importante do que qualquer outra coisa ou pessoa... egoísta? Talvez um egoísmo necessário!
A luz tem me incomodado, prefiro o escuro, prefiro o silêncio, prefiro o poder de ser transparente, pois ser o centro das atenções pode não ser tão bom.
Prefiro meu mundo, onde as pessoas são boas e incapazes de machucar quem se ama... prefiro minha ingenuidade de acreditar que o impossível é possível.
Prefiro ser procurada por saudade e não por necessidade... hoje prefiro não preferir, ficar quieta e deixar que as coisas aconteçam sem minha ajuda, sem meu pitaco, apenas deixar acontecer enquanto leio um bom livro num quarto, sendo ele meu ou não.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Guerra fria...


Contos de fadas só existem nos livros, super heróis possuem poderes apenas nas telas de cinema, não há gênio da lâmpada, muito menos indícios de existir o tal país das maravilhas.
 
Os vilões sim, estes estão em todas as esquinas, prontos para pisar na primeira cabeça que estiver no caminho.
 
Viver é foda, os problemas são reais, os tombos podem ser altos e mesmo tentando agir da melhor forma possível, sempre haverá  alguém querendo apontar o dedo na sua cara e dizer o quanto você vacilou.
 
Palavras são jogadas ao vento, sem valor, sem peso, nem medida... lágrimas caem a todo momento, acompanhadas por angústias, duvidas, culpas, medos e uma porção de sentimentos que arrebentam  seu peito por não caberem dentro dele.
 
Os bons sentimentos e lembranças somem como fumaça, são esquecidos em meio a uma guerra fria.
 
Histórias acabam para que novas sejam escritas... livros voltam para a prateleira da biblioteca para que novos possam ser lidos.
 
Mesmo querendo acertar você pode errar... mesmo amando e respeitando alguém com todo seu coração, você pode jamais conseguir demonstrar o valor daquela pessoa em sua vida.

domingo, 4 de novembro de 2012

Coisas que eu sei...


É estranho perceber algumas coisas sobre mim.

Sou fácil de amar, mas meu modo de levar as coisas acaba me causando alguns problemas.

Inconstante? Talvez.

Irritante? Quando quero.

Estrategista? Sem chance.

Sou muito coração, se não for para fazer bem, mal não farei.

terça-feira, 16 de outubro de 2012


Nosso projeto social com cães e gatos que vivem em abrigos e estão para adoção
agora tem nome, "Projeto BEM na foto".

Meu coração está fraco... minha mente já não se lembra do tempo em que era  sã.

domingo, 14 de outubro de 2012

Domingo frio...

Domingo frio,  eu parada em frente à tela, tentando externar seja lá o que for... Pensei em publicar uma música, algo melancólico e lindo.  Los Hermanos seria perfeito, melancólico, lindo e com um bônus extra de bom gosto musical...  mas desisti, afinal “quem é mais sentimental que eu?”
Achei que um poema seria melhor, pensei em Drummond já que como ele “tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.”
Mas com todo respeito? Meu coração pedia por outro poeta, aquele que é minha paixão! O cara com quem aprendi e tatuei uma frase em meu corpo para nunca mais esquecer:  “para ser grande, sê inteiro...”
O problema é esse, há tempos não estou inteira, há pedaços de mim espalhados por aí... há pensamentos, ideias, desejos e sonhos fugindo por todos os lados, perdidos por ruas e avenidas, alguns dormem pelas calçadas, outros preferem a mesa de um bar...  todos me preocupam,  mas os que me tiram o sono são os pedaços que preferem se esconder no escuro do armário.
Como ser grande? Como ser inteiro? Como ser?
Acho que hoje não consigo ser nada, nem falar de sentimentos, muito menos descrever o que há em meu coração... hoje, não há música ou poema capaz de traduzir a necessidade de beber um grande copo de vida, acompanhado de uma generosa porção de existência e amor.

 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Como faço?


Busco uma resposta, mas nem sei qual é a pergunta.

Minha mente? Essa já perdeu o controle de todo meu corpo, já não funciona mais, sequer consegue guardar as lembranças que me ajudariam em determinadas escolhas.
Escolhas? Elas não funcionam nos sentimentos porque não há controle,  apenas sentimos e ponto.
Gostaria de conseguir racionalizar minha vida... gostaria de conseguir...  minha vida.
Meu coração?  Bate e apanha, bate e apanha, bate e apanha.
Penso em fugir, mas a vontade de criar raiz, ter meus filhos e uma vida sossegada com direito a um grande amor, cachorros correndo pela casa, um jardim bonito no quintal e minha câmera para registrar os grandes momentos desta vida,  é maior que tudo!
Busco o silêncio, mas os pensamentos gritam dentro de mim e me acompanham onde quer que eu vá... não há silêncio, não há tempo para esperar, não há paz entre os homens de boa vontade.
Cada dia uma luta, cada luta um medo, cada medo a necessidade  de  um abraço e quando ele vem, e quando ele é  o seu, enfim  respiro.
O desassossego no meu peito abre os meus olhos, assim consigo enxergar que não há futuro no que não funciona no presente. Não há presente no que não existe e o passado já passou.
O  que está selado, escondido, desacertado, mal explicado, um dia será resolvido de fato? Isso depende da vontade. Vontade de quem? Depende.
Uma história pode parecer loucura para quem está de fora, porém, pode ter todo sentido para aqueles que estão fazendo parte dela... ou não.
Hoje estou aqui, entre flores, espinhos, terra e céu... hoje estou aqui, tentando encontrar o que sobrou de mim. Então me lembro que restos nunca me interessaram, muito menos restos de mim.

Me quero inteira, mas como faço se muitas vezes sou metade? Como faço se muitas vezes sou parte nenhuma? Como faço para fazer parte? Como faço?

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Tempestade...

 
Há momentos em que o coração perde o compasso, a boca não sabe o que dizer e os olhos não param de molhar.
 
De que adianta ter alma de poeta se todos eles sofreram por amor? Dizem que há beleza na dor, dizem que ostra feliz não faz pérola, dizem que sem a tristeza a alegria não teria sentido... é o que dizem.

Já construí castelos de areia, neles  depositei meus sonhos, mas o mar veio e levou tudo.
Já construí casas de aço sem porta nem janela, onde ninguém conseguia entrar, apenas eu e minha solidão.

Já morei em nuvens brancas, entre céus azuis e verdes campos... adorava deitar na grama, fechar meus olhos e sentir o vento batendo em meu rosto.
 
Enfrentei  chuva, lama e  frio. Hoje enfrento o vazio... sem castelos de areia, nem casas de aço, muito menos nuvens brancas e céus azuis... Hoje estou em meio à chuva que insiste em me molhar, mas não faz mal, não será a primeira vez em que eu mesma me encarrego de secar tudo e esperar pela próxima tempestade.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Calma ai...


Coisa mais linda essa música!!!

É isso, o amor pode se transformar em muitas coisas... boas ou ruins, depende de nós.

Se virar rancor ou mágoa ninguém sairá ganhando.... a história pode se perder.

Se virar só saudade, a dor e a frustração serão certas... vai doer.

Tomara que vire amizade, daquelas puras, pra toda hora... do tipo que o olhar fala e a alma continua se entendendo.

Tomara que juntos consigamos passar pela mudança, com o mesmo carinho e respeito, com a mesma cumplicidade e amizade... porque a amizade, também é um tipo de amor.




quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Alguém ai...

Alguém ai, me roube de mim, me faça sentir, seja lá o que for.
Vem cá, me mostre o sol e fique comigo para ver a lua chegar... podemos até contar as estrelas,  se você quiser.
Me mostre o seu sorriso e aquele brilho no olhar... desperte o meu sorriso, não faz mal que seja aquele, ainda tímido, tudo tem um (re)começo.
Me faça  sentir viva, cante uma canção, nem que seja de ninar.
Que tal um pouco de carinho? Pode ser um cafuné e minha cabeça em seu colo.
Que tal um abraço apertado? Me sinto tão segura.
Fique ao meu lado, mesmo que calado, apenas segurando minha mão.

Rei de mim

Tremor. Manhã.
Cobertor. Sono (induzido).
Olhos abertos. Mente fechada.
Lágrimas.
Um novo dia. Passado presente.
Fraquesa. Franquesa.
Vida. Morte.
Superação. Reinvento.
Instantes. Dor. Saudade.
Futuro. Preto e branco.
Nada.

domingo, 12 de agosto de 2012

Feliz dia dos pais...

Hoje, como era de costume, te desejei feliz dia dos pais logo pela manhã... só que desta vez ao entrar em baixo do chuveiro, quietinha, com soluços e lágrimas.
Hoje, como era de costume, pedi que Deus esteja com você e disse o quanto te amo... só que desta vez não escutei sua voz dizendo “obrigada filha, o tio também te ama.”
Sonhei com você a noite toda, ouvi sua voz, vi seu rosto, senti seu abraço e mais uma vez consegui te olhar com meus olhos cheios de orgulho.
Mais tarde, vou até você, levar flores e uma prece... levar meu coração cheio de saudade.
Mesmo sem conseguir te ver, eu vou, quem sabe eu consigo te sentir por perto... quem sabe eu sinta o seu amor por mim, quem sabe...
A única coisa que é certa neste momento, é nosso amor, esse sim será eterno.
Feliz dia dos pais, onde quer que você esteja.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

"O amor é uma mistura. Boa convivência, prazer e umas gargalhadas de vez em sempre." 
 (Pedro Rocha)

domingo, 5 de agosto de 2012

"Só não aprendi a perder..."

Lembra quando eu te falei, em nossas primeiras conversas, que minha boca era ligada ao cérebro? Que eu pensava e logo falava, sem travas na língua? Pois é, com meu coração não é diferente... sinto tudo o que penso e tudo vem de uma maneira muito intensa, quase violenta contra meu peito.

Sou escorpiana, daquela meio perfeccionista, que adora um elogio fora de hora, mas também sei que sou chatinha, ciumenta e briguenta.
Aprendi desde bem pequena a defender meu ponto de vista. Cresci descobrindo os caminhos certos para conquistar tudo o que sempre quis, mas como bem disse nosso poeta Renato Russo, eu também “só não aprendi a perder.”
Carrego comigo uma vontade insaciável de fazer o bem às pessoas que amo. Tenho uma mania incorrigível de mergulhar de cabeça em tudo que me proponho a fazer, nos relacionamentos que decido viver, nos sorrisos que busco ganhar, nos corações que quero amar.
O problema é quando mergulho no raso ou quando a maré está baixa,  eu não deveria me arriscar a nadar, mesmo assim o faço e acabo por me machucar nas pedras...
Talvez eu devesse falar menos, ficar quieta, quem sabe só escutar... mas não consigo! Como não falar da cor dos teus olhos? Como esquecer sua boca e a possibilidade de te chamar de meu? Como viver sem o balanço bom de quando nos beijamos? Como abandonar seu cheiro e sua carinha de safado que eu tanto amo? Como deixar pra trás os planos e sonhos ainda em formação, as conquistas e a família que podíamos ter um dia? Como? Me diz vai.
Estamos aqui no meu quarto, eu e Adele... Já te contei que a voz dela é menos doce do que a sua? Acho que também esqueci, de te dizer que seu corpo completa o meu, sem faltas e nem arestas. E me esqueci de te contar que me reconheço em você, em nossas conversas e risadas.
Acho que este é o grande problema da humanidade! Esquecemos de dizer enquanto há tempo, tudo o que realmente importa. Quando nos damos conta já é tarde, acabou e pode não ter mais volta! Em compensação, não perdermos um segundo para magoar, apontar o dedo, ser egoísta e de uma maneira verborrágica, vomitar no outro o que não tem valor nenhum.
É nessa busca incessante entre devaneios, amores e dores que vou aprendendo...  tomara que ainda haja tempo, para ser feliz.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Quase...

Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase! É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor. Mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão, para os fracassos, chance, para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando... Fazendo que planejando... Vivendo que esperando... Porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Sarah Westphal)

P.S. Este é um dos textos que eu daria um braço para ter escrito... sensacional!

terça-feira, 31 de julho de 2012

Você Você


Você Você
Armando Fernal

E eu aposto com vocêTenho falado enquanto durmoMas hoje eu devo ter tirado o lençol pra dançarEu levo tão a serio o teu boa noite, dorme bem
Me faz tão bem me imaginar na tua companhiaMas eu quero logo ir me deitar, com você vocêEu vou até onde for pra ver isso acontecer
E eu aposto com vocêTenho falado enquanto durmoMas hoje eu devo ter tirado o lençol pra dançarEu levo tão a serio o teu boa noite, dorme bem
Me faz tão bem me imaginar na tua companhiaMas eu quero logo ir me deitar, com você vocêEu espero o quanto for pra ver isso acontecer
Hoje eu vou, vou jogar o meu cobertor fora agora eu só quero vocêTeu calor e melhor e do teu cheiro nem se falaAgora e só assim pra eu adormecer bem
Se eu pudesse eu dormia la foraA cama pra mim tem vocêEu não me deito se for pra levantar com medo de,Espreguiçar sem esbarrar em você
Eu tenho a má impressãoDe que você me faz bem até demais,A ponto que eu esquecera a minha posição Me pus aos teus pés mas você tem o mundo na tua mão
Então,sem que a culpa seja tua você vai partir meu coração,e eu vou tentar lembrar que a culpa é da situação,e só, vai me dizer Armando segue o teu caminho em paz.
Mas eu vou te encontrar, dizer, sorrindo e te dizendo um belo não,deixando muito claro que eu ainda não terminei, eu quero ouvir um pouco mais o você falar do que eu não sei.
Hoje eu vou, vou jogar o meu cobertor fora,agora eu só quero você,o teu calor é melhor e do teu cheiro nem se fala, agora só assim pra eu adormecer bemse eu pudesse eu dormia lá foraa cama pra mim tem você,eu não me deito se for pra levantarcom medo de me espreguiçar sem esbarrar em você. eu não me deito se for pra levantar
com medo de me espreguiçar sem esbarrar em você

 

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ausência...


Dois meses se passaram...

Ainda me lembro dos teus olhos tão desconhecidos... sim, desconhecidos, pois mesmo sabendo que aqueles olhos que estavam ali, eram os mesmos que me viram crescer, naquele momento, pareciam desconhecidos pra mim. Faltava a doçura, a firmeza e a alegria que sempre estiveram neles.
Me lembro da sua respiração, das preces, de cada suspiro, do passeio com a enorme poltrona pelos corredores do hospital, dos desejos e vontades quase infantis quando dizia: “Quero Yakult!” “Quero sorvete de limão.” “Vira minha cama para que eu possa ver a serra pela janela.”
Me lembro do cuidado, das broncas,  do zelo, da preocupação, do medo, da esperança e principalmente de sua fé.
Me lembro do amor e admiração nos olhos de cada um que estiveram ali com você.
Me lembro de repetir na última vez que conversamos, cada palavra de gratidão que sempre falei no decorrer de nossas vidas, de olhar nos teus olhos e dizer o quanto você foi importante para que eu me tornasse uma pessoa feliz.
Me lembro da última frase que disse para mim antes da sedação, “não se preocupe, o tio não vai morrer, só vai dormir um pouco e descansar.”
Me lembro do telefone tocando de madrugada e do frio no estômago. Dia 28 de maio de 2012, às 04h15 da manhã, foi embora uma parte gigantesca do meu coração.
Dali por diante, eu tinha que ser forte como você sempre foi e nos ensinou isso. Me lembro da sala branca e fria, da roupa que deixei lá e de todos os detalhes (momento onde tudo foi muito racional).
Me lembro das flores que não paravam de chegar e da multidão de pessoas que foram se despedir e dizer obrigado. Sim, cada um ali tinha algo para lhe agradecer.
Depois que tudo acabou não houve um só dia de alegria plena, não houve uma só noite sem que seus olhos desconhecidos deixassem de voltar em minha lembrança... e a ausência? Ah, ausência! Essa sim é companheira constante, aperta meu peito, enche a garganta de nós, os olhos de lágrimas e pesa meu coração.
O jeito de matar um pouco a saudade é assistir vídeos antigos, é buscar na memória particularidades nossas, é relembrar a bondade, o companheirismo, os apertões no nariz e o seu sorriso lindo, e debochado.
 O jeito para aliviar o coração, é elevar uma prece a Deus e agradecer por Ele ter colocado você num lugar tão especial, e importante em minha vida.

Saudades de você meu tio, saudades de você meu pai.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ray Ban...

Porque a vida continua também não paro, sol a sol sigo em direção as coisas que preciso viver.

Porque a vida continua vou algumas vezes só, outras trago alguém comigo, nem que seja apenas no coração e nas lembranças.

Porque a vida continua, vivo, luto e envelheço, penso no contexto e contesto muitas estradas que percorri, caminhos que não me levaram a nada, mas eram lindos de se ver.

Porque a vida continua podo as árvores e flores do jardim... planto sementes novas e espero germinar.

Porque  a vida continua não há um dia em que eu não pense em você, sinto falta, saudade, choro sozinha... pra disfarçar e esconder meus olhos, coloco um óculos escuro (fico bem de Ray Ban aviador).

Porque a vida continua escrevo e te procuro, mesmo sabendo que provavelmente nunca mais vou te encontrar.

É a vida, e ela sempre continua.

domingo, 15 de julho de 2012

O gigante

Ontem eles pararam para relembrar o amor que os uniu... pedaços de uma linda história que foi guardada em pequenas fitas, dessas para gravador portátil, tudo numa narrativa doce, num tom de felicidade quase boba, era tempo  de descoberta.

Pedacinhos de dois que quase se perderam durante o tempo, músicas cantadas por duas pessoas apaixonadas, poemas lidos, vidas se entrelaçando sem nenhuma certeza de futuro. Aliás, o que importava era o presente, os arrepios, a saudade, os beijos que se encaixaram logo na primeira vez, os corpos que se reconheceram, o cheiro que os faziam sonhar, o riso largo quando estavam juntos, os olhares tagarelas... o que importava era que de uma maneira tão improvável, a vida os uniu e a felicidade os havia encontrado.

Quase nove anos se passaram, eles estão mais velhos, o amor também amadureceu. É fato que por duas vezes adoeceu, quase se perdeu, mas como sempre foi verdadeiro e forte demais, eles  cuidaram dele e hoje está saudável, cresce um pouco a cada dia, já é quase um gigante... e quem tem um amor que se torna gigante, não pode ser infeliz. 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Quando eu for apenas um

Se um dia nossa música parar e nosso livro se fechar... se eu não puder ouvir mais a melodia, nem nossas histórias antes de dormir.

Se a vida calar nossas gargalhadas, aquelas que soltamos quando falamos coisas bobas, quando fazemos piadas que ninguém mais no mundo, além de nós, acharia graça.

Se não houver caneta, nem tijolo ou carvão, para te escrever no chão que te amo, ou para te surpreender com um bilhete no espelho do banheiro... neste dia, não haverá mais felicidade.

Neste dia aposento minha câmera, guardo os meus sonhos e empacoto os meus desejos.

Neste dia, depois de não haver mais você, tudo perderá o sentido... não haverá ar, nem coração, nem mente sã, nem palavras capazes de me fazer ficar.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Dor e saudade...



Tudo ainda está muito confuso, a dor da perda é tão grande que me perco nela… seu cheiro continua na camisa do palmeiras que escolhi ontem (em meio as roupas empacotadas), para ficar comigo. Sua voz ressoa em meus ouvidos, o seu jeito de falar bravo e resmungão  ainda conseguem me tirar sorrisos de canto de boca quando me lembro.

Fiz o que pude, tentei amenizar sua dor como consegui, corri para atender a todos os seus pedidos, comprei Yakult e dois sorvetes de limão, um deles pedido já na UTI, sua última vontade… nunca mais um sorvete de limão terá o mesmo significado nem o mesmo sabor pra mim, nunca mais tio…

Não sei explicar e nem imaginar o que será sua ausência em minha vida, não sei como viver sem seu sorriso, estou tomando coragem para assistir ao dvd de formatura em que foi meu padrinho, quem sabe consigo amenizar a saudade.

Não sei como guardar o seu cheiro comigo, me desespero e peço a Deus que ele se perpetue na camisa de futebol para me ajudar com a saudade, mas não sei se vai acontecer… 

Não sei o que vai ser da minha vida sem seu colo, sem seus apertões no meu nariz, não sei de tanta coisa com a sua ausência tio…

Não sei como preencher o vazio no peito, meus olhos não desincham, minha cabeça não para… nunca mais ganhar seus abraços, nunca mais me sentir protegida e acolhida por vc, perder meu paizinho, o cara que me deu tanto amor não está sendo fácil… ai ai.

Agora sou apenas dor, saudade e medo… mas amanhã é outro dia.

O que me conforta é que tive tempo de me despedir,  te dizer tudo o que vc significa em minha vida, falar do amor que sinto e do quanto te agradeço.

Quando seus colegas de trabalho chegaram até mim no velório, perguntando se eu era a Cynthia, sobrinha que vc falava tanto e com tanto carinho, naquele momento tive a certeza de que consegui te dar um pouquinho do amor que recebi.

Te amo meu tio, meu pai... fica tranquilo que vou cuidar junto com a Li da nossa família.

sábado, 28 de abril de 2012

O que me faz feliz...

Sempre que tenho meus momentos de imersão, de repensar a vida e reviver cada aprendizado, penso no quanto mudei. Antes de me deparar com o problema sério de saúde que tive, eu vivia diferente, eu encarava as coisas e as pessoas de uma forma diferente, não conseguia receber, muito menos depender de ninguém para nada. Não dava o valor merecido aos gestos de carinho que recebia, tratava tudo de maneira muito racional e como se gestos de carinho fossem uma coisa normal e esperada quando direcionados a mim.

Isso tudo foi se transformando com o decorrer do tratamento, foi mudando com a necessidade que eu sentia de um olhar, de um carinho, com o valor e significado de uma mão segurando a minha, com os sorrisos que recebi, ao ver o empenho das pessoas que gostam de mim em me fazer o bem e não me deixar sozinha... sim, eu fui cuidada como poucos conseguem ser.

Minhas prioridades também mudaram, hoje olho a minha volta, enxergo quem está ao meu lado, e procuro olhar nos olhos das pessoas com quem converso. Sempre que posso paro para assistir o por do sol aqui da janela de casa, tento ajudar quem precisa de mim, procuro não guardar mais nada de ruim aqui dentro e busco a felicidade.

De nada adiantou viver uma vida egoísta, o aprendizado veio depois dos trinta anos de idade... claro que dinheiro é importante, mas hoje, em meu mundo, mais importante do que o dinheiro é o amor.

Acho que por isso a fotografia deu tão certo pra mim... mente, olhos e coração, eternizar momentos e registrar sonhos se realizando ali, bem diante dos meus olhos. Sim, eu tenho o melhor trabalho do mundo!

Quando partimos a única coisa que fica é a nossa história... a palavra dita e as lembranças das pessoas é que nos farão permanecer vivos mesmo depois de mortos. Eu permanecerei viva também nas fotos que tirei, nos trabalhos que entreguei... meu olhar estará por ai para quem quiser me ver e ter um pouco mais por perto.

Recomeçar a escrever o livro da minha vida com uma nova narrativa, com mais figuras em suas páginas, ilustrando e apresentando todas as pessoas importantes, dando crédito a quem merece, colorindo e criando uma capa bem bonita e principalmente, hoje, sabendo que minha história eu não faço sozinha, isso sim me faz feliz.



quinta-feira, 12 de abril de 2012

"Há em tudo que fazemos
Uma razão singular:
É que não é o que queremos.
Faz-se porque nós vivemos,
E viver é não pensar.

Se alguém pensasse na vida,
Morria de pensamento.

Por isso a vida vivida
É essa coisa esquecida
Entre um momento e um momento.

Mas nada importa que o seja
Ou que até deixe de o ser.
Mal é que a moral nos reja,
Bom é que ninguém nos veja;
Entre isso fica viver."

Fernando Pessoa (o homem da minha vida *__*)
15.09.1933

quinta-feira, 5 de abril de 2012

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Fim do dia...

Lençol. Pele. Insônia. Respiração. Silêncio. Escuridão.

Uma parte do todo.

Boca. Desejo. Inquietude. Frustração!

Entre minhas pernas apenas um travesseiro.

Braços fortes para carregar minhas vontades.

Mente sã para alimentar as lembranças.

Corpo lúcido para sentir o peso de nada nem ninguém.

Fim do dia.

Hora de se desligar de tudo e tentar dormir.

terça-feira, 3 de abril de 2012

A falta que você me faz...

E quando sinto o calor do sol batendo em minha pele, me lembro de você... é só fechar os olhos para tudo estar ali diante de mim. O som das nossas risadas, as brincadeiras quase infantis, o jeito tão particular de falarmos da vida deitados na cama, os segredos confidenciados, o desejo em fazer suas vontades, as surpresas de cada dia, a torta de limão mais deliciosa... tudo está de volta, tudo que nunca se foi.

E quando sinto frio, daqueles capazes de arrepiar a pele, também me lembro de você... das suas mãos geladas tentando se aquecer em meu corpo quente, do seu cheiro no travesseiro, de como você fica lindo no inverno com a ponta do nariz vermelha, do seu sorriso, do romantismo raro, das noites de insônia mais proveitosas de minha vida, que passei te vendo dormir.

E assim passo pelas estações, sentindo calor, sentindo frio, não sentindo nada além da falta que você me faz.

Escrito ao som Monique Kessous - Frio

sexta-feira, 16 de março de 2012

Sempre será apenas nosso...

A falta tão assustadora do desconhecido me assombra e fica maior ainda quando penso no movimento da minha vida sem você ao alcance dos olhos.

Reinventar a vida fica mais fácil se você está por perto, o medo de errar, cair ou vacilar não me aterroriza tanto quando penso em seu olhar, quando sei que você estará ali para me lembrar que errando também se aprende.

É fato que sinto falta de muitas coisas que ainda sequer conheci, a necessidade do novo, de ir além e alcançar  objetivos distantes faz isso comigo, me faz sentir uma saudade dolorosa de quem ainda não sou e do que ainda não vivi.

A Cynthia de hoje jamais será como a de ontem, tudo me afeta e eu também afeto a todos, de maneira positiva ou negativa nossas atitudes fazem o outro formar opinião, e baseados nesta opinião  traçam suas vidas e seguem em frente.

Hoje sei que ver minha vida de ponta cabeça foi doloroso, porém necessário. Não havia possibilidade de ocorrer tais mudanças se eu não tivesse me jogado de cabeça naquele mar de sentimentos e aprendido que existia um caminho para a margem (mais do que saber que ele existia, precisei nadar até lá).

Ninguém que tenha me conhecido antes imagina quem sou agora, ninguém  que tenha me conhecido sabe de nada, na verdade, acho que no fundo, só eu sei o que se passa aqui dentro... mesmo que eu fale, que tente compartilhar, apenas eu continuarei sentindo, o outro terá apenas a informação e desenvolverá os seus próprios sentimentos sobre aquilo.


No fim das contas é sempre assim, podemos dividir a informação, narrar os fatos e compartilhar os pensamentos, mas os sentimentos, aquilo que está dentro de cada um de nós sempre será apenas nosso.