Você guarda na memória o momento em que começou a perder sua ingenuidade? O momento em que você percebeu que as cores do mundo eram mais intensas do que o delicado rosa bebê que sempre escolhia para vestir?
Vivemos tempos diferentes, a impressão que tenho é que hoje as crianças nascem com uma malícia que em “nossa época” adquirimos apenas no momento certo.
Transar aos onze anos é a diversão da garotada, beijar aos nove então, é obrigatório para não ser careta.
Alguém saberia me dizer o que aconteceu com os limites? Para onde mandaram a magia da descoberta? E a ingenuidade então, alguém sabe onde foi parar?
Concordo que devemos nos preocupar com as manifestações naturais e violentas que tem matado, desabrigado e assustado milhões de pessoas. Sabemos que estas manifestações são consequências de erros do passado, e agora estamos tentando correr atrás do prejuízo com campanhas publicitárias que não resultam em nada.
Continuamos errando mais e mais... desta vez mudamos o foco para nossas crianças. A correção, o diálogo, o tempo para dedicação e carinho, pequenas atitudes que certamente garantiriam um futuro melhor para eles, simplesmente estão escassos. O apelo sexual que existe entre adolescentes e pré-adolescentes faz parte de um mundo desregrado, doente e jogado às traças.
Não há mais tempo para as brincadeiras que fizeram parte de nossa infância... pega-pega, esconde-esconde, polícia e ladrão, cada macaco no seu galho. Tudo muito ultrapassado! E as músicas? Onde jogaram o espírito da minha “Legião Urbana”? O som cheio de ideais de “Cazuza”, os protestos sadios dos “Titãs”, que banda ou que música fala pela nova geração??? "Parangolé" é forte candidato.
Eu prefiro ter cantado “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...”, ao fazer parte de uma geração que procura músicas sem conteúdo (isso quando existe letra), e faz delas o hits do momento, “Se ela dança eu danço”... E dançam mesmo.
Ao invés do cigarrinho de chocolate a maconha, ao invés da amizade sincera o interesse, no lugar do amor o sexo, melhor do que a conquista, a posse.
Estes são os valores distorcidos e deturpados que fazem parte de uma realidade triste.
Mais triste ainda é perceber que aqueles que deveriam amá-las, respeitá-las, ensiná-las e acompanhá-las, muitas vezes preferem fechar os olhos... afinal, já basta o estresse do dia-a-dia profissional, certo? Errado pra caralho!
Meu querido Saramago, infelizmente o “Ensaio Sobre a Cegueira” está mais atual do que nunca, só que agora inclui nossas crianças.
Vivemos tempos diferentes, a impressão que tenho é que hoje as crianças nascem com uma malícia que em “nossa época” adquirimos apenas no momento certo.
Transar aos onze anos é a diversão da garotada, beijar aos nove então, é obrigatório para não ser careta.
Alguém saberia me dizer o que aconteceu com os limites? Para onde mandaram a magia da descoberta? E a ingenuidade então, alguém sabe onde foi parar?
Concordo que devemos nos preocupar com as manifestações naturais e violentas que tem matado, desabrigado e assustado milhões de pessoas. Sabemos que estas manifestações são consequências de erros do passado, e agora estamos tentando correr atrás do prejuízo com campanhas publicitárias que não resultam em nada.
Continuamos errando mais e mais... desta vez mudamos o foco para nossas crianças. A correção, o diálogo, o tempo para dedicação e carinho, pequenas atitudes que certamente garantiriam um futuro melhor para eles, simplesmente estão escassos. O apelo sexual que existe entre adolescentes e pré-adolescentes faz parte de um mundo desregrado, doente e jogado às traças.
Não há mais tempo para as brincadeiras que fizeram parte de nossa infância... pega-pega, esconde-esconde, polícia e ladrão, cada macaco no seu galho. Tudo muito ultrapassado! E as músicas? Onde jogaram o espírito da minha “Legião Urbana”? O som cheio de ideais de “Cazuza”, os protestos sadios dos “Titãs”, que banda ou que música fala pela nova geração??? "Parangolé" é forte candidato.
Eu prefiro ter cantado “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...”, ao fazer parte de uma geração que procura músicas sem conteúdo (isso quando existe letra), e faz delas o hits do momento, “Se ela dança eu danço”... E dançam mesmo.
Ao invés do cigarrinho de chocolate a maconha, ao invés da amizade sincera o interesse, no lugar do amor o sexo, melhor do que a conquista, a posse.
Estes são os valores distorcidos e deturpados que fazem parte de uma realidade triste.
Mais triste ainda é perceber que aqueles que deveriam amá-las, respeitá-las, ensiná-las e acompanhá-las, muitas vezes preferem fechar os olhos... afinal, já basta o estresse do dia-a-dia profissional, certo? Errado pra caralho!
Meu querido Saramago, infelizmente o “Ensaio Sobre a Cegueira” está mais atual do que nunca, só que agora inclui nossas crianças.
Gostei da verdade explorada no texto. É chocante né! As pessoas muitas vezes se esquecem que nossas crianças estão apenas seguindo os modelos que observam nos adultos próximos, também no que assistem através dos meios de comunicação. Concordo que os tempos são outros, que as coisas precisam mudar... pena que nem sempre se modificam pra melhor. Precisamos entender mais sobre o significa evoluir.. para então amadurecermos nossas idéias e atitudes, para que assim possamos ajudar nossas crianças a crescer melhor.
ResponderExcluirSeu texto abre um leque de discussões...
Acredito que se mais pessoas problematizarem como você, este mundo pode se transformar um dia... num mundo melhor, onde as crianças podem ser crianças.. onde os adultos, são modelos de segurança e afeto.
Obrigada! Beijosss
Você é muito querida!
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