segunda-feira, 21 de junho de 2010

Meus heróis

Quando me permiti perceber que meus heróis foram frutos da minha fértil e insistente imaginação, me dei conta do quanto alimentei algo que nunca existiu. Ou melhor, existiu sim, mas de maneira unilateral. Alimentei sozinha uma relação de respeito, admiração, orgulho e cumplicidade, e nunca recebi absolutamente nada em troca.

Quando digo que não recebi nada, estou falando do que vem da alma, do que flui naturalmente em determinadas relações, do que é esperado quando dedicamos ao outro o nosso melhor.

Precisei de trinta anos para perceber o quanto minhas atitudes eram voltadas para a aceitação do outro e o quanto este outro, não estava a fim de aceitar nada, muito menos enxergar ou valorizar alguma atitude minha. Ele possui outros valores e tem tudo o que acredita precisar para seguir sua vidinha medíocre.

Algumas pessoas acreditam que sentimentalidades são para os fracos, imaturos, mal resolvidos, que não sabem aproveitar determinadas “oportunidades”... acreditam que devemos ganhar o mundo no grito e que pisar numa cabecinha sem muito poder social, não é tão relevante assim.

Esta não é minha essência, nunca foi e jamais será!

Se eu pudesse voltar alguns anos atrás, faria muita coisa diferente... talvez hoje seria jornalista. Poderia não ganhar o melhor salário do mundo, mas e daí? A escolha deveria ser minha, certo?

Pautada nas expectativas dos meus heróis, escolhi muita coisa que não me fez feliz e hoje estou aprendendo que o poder de decisão é meu! E eu escolho ficar longe de quem pense diferente disso!

Quanto aos meus heróis... nunca existiram de fato.

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