O tempo passava e ela não conseguia deixar de se importar com coisas que há muito tempo deveria ter esquecido.
Como se em busca de curar um vício, ela tentasse mudar o rumo daqueles pensamentos que insistiam em visitá-la. Muitas vezes tornando-se mais forte do que sua vontade de livrar-se deles.
Não entendia como seria possível ver coisas que deveriam acontecer naturalmente não se tornarem realidade.
Desde bem pequena sempre se sentiu fazendo parte do grupo das pessoas "diferentes."
Filha única numa época em que ter irmãos era muito comum, quando criança sem muitos amigos, brincava dentro de casa enquanto a molecada estava toda na rua. Pais divorciados em 1984, período em que o divórcio ainda era muito incomum.
Sempre foi muito fechada para demonstrar seus sentimentos, gordinha, ingênua muitas vezes foi feita de boba. Cresceu com o peso da responsabilidade e com a sensação de não poder decepcionar, sentia que precisava levar o mundo nas costas para ser aceita nele.
Mesmo hoje, ainda não entende tanta coisa... já errou e se machucou tanto por isso.
Ela deveria entender que as pessoas são o que querem ser e que nada e ninguém pode mudar isso. Mas a cabeça dura, mesmo fingindo que não, continua questionando e esperando.
Dia destes com a cabeça encostada em meu colo, ela chorou feito criança e se encolheu deitada no sofá, abraçou os joelhos e disse estar cansada... depois de um tempo adormeceu.
Enquanto acariciava seus cabelos fiz uma oração, desejando sinceramente que Deus tenha me ouvido, porque ela merece ser feliz.
Amém.
Que Deus possa confortar e dar a ela a felicidade merecida. :)
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