Ela acordou chorando, choro sentido de criança, choro de dor e de medo. Havia sonhado que ele não estaria mais ao seu lado, sonho tão real que causou desespero na moça.
Como seria possível viver sem ele, sem seu olhar doce e compreensivo? Como ela conseguiria viver o resto de seus dias sem poder olhar aquele sorriso que a iluminava sempre que ele voltava do trabalho, como seria nunca mais receber os abraços que tanto a acalmava?
O que ela faria com todas aquelas palavras carregadas de sentimentos e verdades que não havia dito a ele?
Como seria não dividir seus sonhos e medos, suas conquistas e lutas, seus abraços e carinhos, suas risadas e seus passos com aquela pessoa tão singular e amada em sua vida?
Ele sempre foi mais que uma simples cara metade, era seu amigo, seu confidente, seu porto seguro.
Em alguns momentos ela pensava ter mais dele nela do que dela mesma, mas não era bem assim. Na verdade eles simplesmente se amavam, se admiravam, havia identificação, cumplicidade e respeito naquela relação. Eles se completavam e se entregavam sem reservas, apenas com o interesse de serem felizes e fazer muito bem um ao outro. Eles se enxergavam e também se ouviam, como o verdadeiro amor pede que seja.
Ao acordar chorando ela correu para o telefone, seu coração parecia estar descompassado e quase saindo pela boca. Seus ouvidos precisavam escutar a única voz que seria capaz de acalmar aquela tempestade e fazer o sol voltar a brilhar, acompanhado de um lindo arco-iris.
Ele: - Alô.
Ela (aos prantos): - Oi amor, você está bem?
Ele: - O que foi? Estou bem, porque está chorando?
Ela (chorando quase sem conseguir falar): - Sonhei que você tinha morrido.
Ele: Ei, eu estou bem fique tranquila.
Ela: choro...
Ele: - Pare de chorar, calma. Sem que você soubesse, eu já tive uma conversa com Deus sobre este assunto, e quando acontecer partiremos juntos.
Ela: choro...
Ele: - Até que isso aconteça, ainda temos muita vida pela frente.
Ela (choro com soluço): - Tá.
Ele: Eu te amo tanto, pode deixar que vou cuidar mais da minha saúde... rs
Ela (final de choro): Olhe para os dois lados ao atravessar a rua!
Ele: Pode deixar. Mas como eu morri?
Ela: Não sei, apenas senti a dor de sua ausência.
Fale tudo que precisa ser dito para as pessoas importantes de sua vida, não deixe nada em oculto. Arrume um tempinho para falar de amor, de confiança, de sentimentos nobres, perdoe e peça perdão, resolva os problemas, porque a vida é uma só e sua chance pode passar.
E tantas vezes a gente só descobre o valor que a pessoa tem, pra nós, depois que ela se vai...
ResponderExcluirMuito bonito, flor.
;** Obrigada pela visita.
Infelizmente...
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