Domingo frio, eu parada
em frente à tela, tentando externar seja lá o que for... Pensei em publicar uma
música, algo melancólico e lindo. Los Hermanos
seria perfeito, melancólico, lindo e com um bônus extra de bom gosto musical...
mas desisti, afinal “quem é mais
sentimental que eu?”
Achei que um poema seria melhor, pensei em Drummond já que como
ele “tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.”
Mas com todo respeito? Meu coração pedia por outro poeta,
aquele que é minha paixão! O cara com quem aprendi e tatuei uma frase em meu
corpo para nunca mais esquecer: “para
ser grande, sê inteiro...”
O problema é esse, há tempos não estou inteira, há pedaços
de mim espalhados por aí... há pensamentos, ideias, desejos e sonhos fugindo
por todos os lados, perdidos por ruas e avenidas, alguns dormem pelas calçadas,
outros preferem a mesa de um bar... todos
me preocupam, mas os que me tiram o sono são
os pedaços que preferem se esconder no escuro do armário.
Como ser grande? Como ser inteiro? Como ser?
Acho que hoje não consigo ser nada, nem falar de
sentimentos, muito menos descrever o que há em meu coração... hoje, não há música
ou poema capaz de traduzir a necessidade de beber um grande copo de vida,
acompanhado de uma generosa porção de existência e amor.