quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Fábula do escorpião e do sapo...

 
O escorpião aproximou-se  do sapo que estava a beira do rio. Como não sabia nadar, pediu uma carona para chegar à outra margem.
 
Desconfiado, o sapo respondeu: "Ora, escorpião, só se eu fosse tolo demais! Você é traiçoeiro, vai me picar, soltar seu veneno e eu vou morrer."
 
Mesmo assim o escorpião insistiu, com o argumento lógico de que se picasse o sapo ambos morreriam. Com promessas de que poderia ficar tranquilo, o sapo cedeu, acomodou o escorpião em suas costas e começou a nadar.
 
Ao fim da travessia, o escorpião cravou o seu ferrão mortal no sapo e saltou ileso em terra firme.
 
Atingido pelo veneno e já começando a afundar, o sapo desesperado quis saber o porquê de tamanha crueldade. E o escorpião respondeu friamente:
 
- Porque essa é a minha natureza!
 
(Trecho retirado do livro: "Mentes perigosas.") 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ensaio sobre Ela


 
Eu nem vi
quando você espetou
sua casa aqui
quando você espalhou
seu suor em mim
ameno
e mesmo assim
Eu nem vi
quando você acordou
as cortinas
descobriu meu quintal
Não se esqueça
por enquanto
de esquecer alguma coisa
pela casa
e vir buscar do nada
Nem vi você chegar
Foi como ser feliz de novo
Nem vi você chegar
Foi como ser feliz
Ainda faz um tempo bom
Pra desperdiçar comigo
Podemos enfeitar domingos
Nem vi você chegar
Foi como ser feliz de novo
Nem vi você chegar
foi bom te ver sair de novo

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Flores de plástico...

Coração não é presente para ser entregue com laço de fita... ele deve ficar no peito de seu dono e jamais sair de lá.

Coração que sai por ai, pode se perder, pode ficar faminto de amor, com sede de cuidado, pular, pulsar na frente de alguém e sequer ser notado.

Pra quê entregar o coração se ele não tem manual de instruções? Se não houver cuidado, ele pode se quebrar e nunca mais ser o mesmo.

Pra quê entregar o coração, se o lugar dele é dentro do peito e não nas mãos de alguém? No menor deslize pode cair no chão, aí já era!

Infelizmente eu perdi o meu em alguma esquina depois de algumas promessas, meu corpo sem ele é apenas uma parte, não tenho forças  para resgatá-lo, nem sei se o quero de volta… acho melhor que fique longe de mim, assim não causará novas dores.

Pedi inúmeras vezes para que tomasse tento com meu coração, mas não tomou.

As flores lindas que me prometeu eram de plástico (elas não morrem por não estarem vivas), o cuidado superficial e a entrega, tudo uma grande mentira.

Cabe a mim deixar cicatrizar a ferida... vai demorar, mas vou conseguir voltar a sorrir. Sorrir inclusive com os olhos e retomar o que resta da minha vida.

Escrito ao som de Maria Gadú - Altar Particular