Em um dos exercícios na oficina, retirei um papel dobrado de dentro de uma xícara, neste papel estava descrito o tema da próxima crônica a ser redigida, o meu foi "eu saí com uma prostituta".
Seios expostos e saia curta, ela estava sempre parada no mesmo lugar quando eu passava pelo Jockey Club, depois de dias exaustivos de trabalho.
Farol fechado, no rádio Pink Floyd, lá fora olhos sedutores a me fitar acompanhados de um riso sacana e convidativo. Foi assim por quase um ano, ela já reconhecia meu carro amarelo e ficava em posição de ataque, me devorava, me despia, mexia comigo sem mover um só músculo.
Eu acelerava, o suor escorria em meu rosto, as pernas bambeavam... fugia, fingia que nada estava acontecendo, mas meu corpo sentia tudo e minha imaginação insistia em fazer acontecer.
Férias de julho! Minha família, mulher e filhos viajaram para o interior de São Paulo e passariam o mês todo na casa de familiares. Momento perfeito, ninguém me esperando em casa para jantar.
Paro o carro, abro o vidro, ela caminha em minha direção com um sorriso orgulhoso de quem venceu e conseguiu o que queria.
“Quanto você cobra?”
Ela permanece em silêncio, com o corpo levemente inclinado na janela do meu carro, ainda sorrindo e apreciando a composição do prato principal, no caso eu! Sinto meu sangue borbulhar em meu corpo e ruborizar o meu rosto.
Depois de segundos que duraram uma eternidade ela responde: “Para compensar o tempo que me fez esperar e as manhãs que me fez tomar uma ducha fria, trezentos reais. Você quer?”
“Quero!”
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