Ela tenta de todas as maneiras preencher o buraco negro que se alojou em seu peito, mas ele continua lá, aberto, negro e profundo.
Tudo está diferente, ela já não reconhece mais sua vida e o passado insiste em assombrá-la.
Sua fé permite que passos continuem sendo dados, pois quem não avança nunca chegará, por isso ela avança, devagar, a seu tempo, da maneira que consegue, mas avança... é lutando que a vitória vem.
Confusão de sentimentos, saudades, perdas, planos interrompidos... uma história de sucesso e superação temporariamente perdida.
A moça sente falta do dia a dia, das risadas, das brincadeiras, da leveza em viver... ela sente falta das conquistas que ela se orgulhava tanto, do seu espaço, da independência que conquistou. Sente falta até do mau humor matinal e do jeito "italianado" de falar daquelas pessoas que estavam com ela todos os dias e que sempre foi motivo de piada entre eles (no bom sentido).
De olhos fechados ela respira fundo e sente o ar enchendo seus pulmões, um suspiro intenso que parece amenizar sua dor... só parece, mas amanhã é outro dia.
* toda vez que meu celular recebe uma ligação por engano me lembro de vocês.